Administracion de Empresas

viernes, 31 de agosto de 2012

Combinações de Políticas Monetária e Fiscal

A suposição implícita até aqui na análise do modelo IS-LM é que o nível do produto real é inferior ao produto potencial da economia. Admita-se que este valor é igual a y e que o nível do produto real efetivo seja igual a yo, como indicado na Figura 15. Imagine-se que se deseja atingir, através de uma combinação de políticas monetária e fiscal, o nível de pleno emprego da economia, representado pelo produto potencial. Uma possibilidade de se atingir esta meta consiste em expandir-se a oferta monetária, deslocando-se a curva LM de Lo Mo para L1 M1. Com esta política monetária a taxa de juros diminui de ro para rm e o produto real da economia será igual ao produto potencial.
Figura 15. Combinações de Políticas Monetária e Fiscal
Uma outra alternativa para se alcançar o produto de pleno emprego consiste em aumentar o déficit do governo, seja através de aumento dos gastos do governo ou de corte nos impostos, de sorte a se deslocar a curva IS de Io So para I1 S1. O resultado desta política fiscal será o aumento da taxa de juros de ro para rf e a obtenção do produto de pleno emprego. É fácil perceber-se com o auxílio da Figura 15 que existem inúmeras possibilidades de se atingir o produto potencial da economia através de combinações de políticas monetária e fiscal. A Figura 15 mostra uma alternativa que mantém constante a taxa de juros, com políticas monetária e fiscal que deslocam as curvas LM e IS, de Lo Mo para L2 M2 e de Io So para I2 S2, respectivamente.

jueves, 30 de agosto de 2012

A Estática Comparativa do Modelo IS-LM

A estática comparativa do modelo IS-LM que foi desenvolvida graficamente até aqui, pode ser feita analiticamente com auxílio das equações (3) e (4):

Este sistema de equações pode ser escrito do seguinte modo:
onde = (1-cy)PLr + ir P Ly < 0, em virtude de ir <0 0="0" a="a" cil="cil" class="separator" concluir-se="concluir-se" cy="cy" das="das" derivadas="derivadas" dessas="dessas" div="div" duas="duas" e="e" equa="equa" es="es" f="f" lr="lr" os="os" parciais:="parciais:" partir="partir" seguintes="seguintes" sinais="sinais" style="clear: both; text-align: center;"> O nível de renda real varia no mesmo sentido dos gastos do governo e da oferta monetária, em sentido contrário da carga tributária e do índice de preços da economia. Por sua vez, a taxa de juros deve estar correlacionada positivamente com o nível de gastos do governo e o índice de preços, e correlacionada negativamente com o montante de tributos e com a quantidade nominal de moeda.

miércoles, 29 de agosto de 2012

Efeito Keynes

O efeito Keynes é aquele que resulta das variações do nível de preços. Quando o índice de preços aumenta a liquidez real (M/P) da economia diminui. Como conseqüência a taxa de juros sobe e o nível de investimento privado se contrai, acarretando o decréscimo da renda real de yo para y1, como indicado na Figura 14a. No caso contrário, quando o nível de preços diminui, a liquidez real (M/P) aumenta, provocando a redução na taxa de juros, e a renda real cresce de yo para y1, como no exemplo da Figura 14b.
Figura 14. Efeitos das Variações do Nível de Preços

martes, 28 de agosto de 2012

Política Fiscal - III

Figura 13. Efeitos da Política Fiscal em Alguns Casos Particulares

lunes, 27 de agosto de 2012

Política Fiscal - II

Novamente, no caso particular da armadilha da liquidez, quando a curva LM é horizontal, a política fiscal expansionista é extremamente eficaz em aumentar o nível de renda real da economia como mostra a Figura 13c. Quando a curva LM é vertical, e a economia corresponde ao mundo da teoria quantitativa clássica, a política fiscal é completamente ineficaz para afetar o nível de renda da economia. A expansão do déficit real do governo apenas acarreta aumento da taxa de juros, como indicado na Figura 13d. Um outro caso particular, não mostrado na Figura 13, corresponderia à hipótese da Curva IS ser horizontal e não se deslocar quando o déficit real do governo se modifica. Esta hipótese ocorre quando a elasticidade do investimento em relação à taxa de juros é infinita. Numa situação como esta o crowding-out é perfeito, da mesma forma que no caso da teoria quantitativa da moeda, pois as variações no déficit real do governo são exatamente compensados pelo nível de investimento do setor privado.

domingo, 26 de agosto de 2012

Política Fiscal - I

A política fiscal pode ser feita por duas vias, através de variações dos impostos ou dos gastos do governo. Uma política fiscal expansionista, com aumento dos gastos do governo ou redução da carga tributária, desloca a curva IS para cima e para a direita, de Io So para I1 S1 na Figura 12a. 
A taxa de juros aumenta de ro para r1, enquanto o nível de renda cresce de yo para y1 . Observe-se que o crescimento de renda é inferior ao aumento no déficit real do governo. Este fato ocorre em virtude do aumento da taxa de juros gerada pela expansão do déficit do governo provocar uma redução no nível de investimento privado. Este fenômeno é conhecido pelo nome em inglês de crowding-out, e ele consiste na expulsão do setor privado pelo setor público. No exemplo da Figura 12a o crowdingout, é apenas parcial. Uma política fiscal contracionista, com redução dos gastos do governo e/ou aumento da carga tributária, desloca a curva IS para baixo e para a esquerda de Io So para I1 S1 na Figura 12b. 
Nestas circunstâncias, a taxa de juros diminui de ro para r1, e o nível de renda decresce de yo para y1. 
A redução do déficit real do governo faz com que a taxa de juros diminua, e esta queda na taxa de juros provoca um aumento no nível de investimento do setor privado que contrabalança em parte a redução do déficit real do setor público. Alguns casos particulares do formato das curvas IS e LM merecem atenção para que se possa compreender em que situação a política fiscal é mais ou menos potente. Na hipótese clássica, da Figura 13a, o aumento do déficit público eleva a taxa de juros de ro para r1, e a renda cresce de yo para y1. No caso particular da cruz keynesiana todo o deslocamento da curva IS resulta em aumento igual ao nível de renda, e a taxa de juros sobe de ro para r1 porque o estoque real de moeda existente na economia não se modificou e o nível de encaixe real desejado se elevou em função do crescimento da renda. 

sábado, 25 de agosto de 2012

Política Monetária - IV

No caso particular da interseção keynesiana, retratado na Figura 11b, o nível de renda é dado pela curva IS e o efeito da política monetária expansionista se faz sentir exclusivamente sobre a taxa de juros, que reduz-se de ro para r1. No caso particular da teoria quantitativa, onde a taxa de juros não afeta o nível de liquidez real desejada pelos indivíduos, a expansão da quantidade nominal da moeda reduz a taxa de juros de ro para r1 e aumenta o nível de renda de yo para y1.
Figura 12. Política Fiscal

viernes, 24 de agosto de 2012

Política Monetária - III

Figura 11. Efeitos da Política Monetária em Alguns Casos Particulares
Todavia, em algumas situações particulares este mecanismo não funciona. No caso clássico da Figura 11a a taxa de juros não se altera, e o deslocamento da curva LM de Lo Mo produz o aumento da renda de yo para y1. Isto é, o crescimento da renda faz com que o aumento da moeda seja absorvido pelos indivíduos. Na hipótese da armadilha da liquidez, na Figura 11c, a taxa de juros também é constante e os indivíduos absorvem toda quantidade adicional de moeda injetada na economia: a política monetária é completamente inócua para afetar o nível de renda da economia.

jueves, 23 de agosto de 2012

Política Monetária - II

Estes dois exemplos que acabamos de apresentar mostra que o mecanismo de transmissão de política monetária ocorre via taxa de juros, através do efeito substituição nos portfolios dos agentes econômicos. Para que os indivíduos absorvam mais (menos) moeda em suas carteiras, a taxa de juros tem que diminuir (aumentar). Estas variações da taxa de juros provocam alterações no nível de investimento e, conseqüentemente, nos níveis de dispêndio agregado e de renda real.

miércoles, 22 de agosto de 2012

Política Monetária - I

Uma política monetária expansionista através do aumento da quantidade de moeda desloca a curva LM para baixo e para a direita. A Figura l0a mostra o que ocorre nestas circunstâncias: quando a curva LM desloca-se de Lo Mo para L1 M1 a taxa de juros diminui de ro para r1, enquanto o nível de renda sobe de yo para y1. Uma política monetária contracionista que reduz a quantidade de moeda desloca a curva LM para a esquerda e para cima, de Lo Mo para L1 M1 na Figura 10b. O aperto na liquidez real da economia faz com que a taxa de juros suba de ro para r1. Este aumento da taxa de juros reduz os investimentos que, por sua vez, acaba por diminuir o nível de renda real na economia.

martes, 21 de agosto de 2012

Equilíbrio no Mercado de Bens e Serviços e no Mercado Monetário

O equilíbrio no mercado de bens e serviços e no mercado monetário ocorre no ponto em que as curvas IS e LM se interceptam, como indicado na Figura 9. À taxa de juros ro e ao nível de renda yo os dois mercados estão simultaneamente em equilíbrio
.Figura 9. Equilíbrio nos Mercados de Bens e Serviços e Monetário


As curvas IS e LM supõem que sejam dados os impostos, e os gastos do governo, a quantidade nominal de moeda e o nível de preços, respectivamente. Vejamos, a seguir, como o equilíbrio da economia se altera quando estas variáveis exógenas se alteram.

lunes, 20 de agosto de 2012

Casos Particulares da Curva LM

A Figura 8 mostra dois casos particulares da curva LM. A figura 8a corresponde à hipótese da armadilha da liquidez, quando a elasticidade da quantidade demandada de moeda em relação à taxa de juros é infinita. Nestas circunstâncias os indivíduos são indiferentes entre reter moeda e títulos à taxa de juros ro. 
Assim, qualquer quantidade adicional de moeda injetada pelas autoridade monetárias na economia é absorvida nos portfólios dos agentes econômicos sem que haja necessidade de nenhuma modificação na taxa de juros. 
Um outro caso particular em que a curva LM é horizontal ocorre quando o Banco Central resolve fixar a taxa de juros num valor constante. Obviamente, nestas circunstâncias as autoridades monetárias perdem o controle da oferta monetária, pois elas não podem fixar ao mesmo tempo a taxa de juros e a quantidade de moeda. Voltaremos a este assunto mais adiante quando tratarmos da oferta e demanda de reservas bancárias. O caso particular da Figura 8b) corresponde à teoria quantitativa da moeda na sua versão clássica, quando a quantidade real demandada de moeda independe da taxa de juros, e a curva LM é, portanto, vertical.
Figura 8. Casos Particulares da Curva LM

domingo, 19 de agosto de 2012

Equilíbrio no Mercado Monetário: A Curva LM - III

A curva LM supõe que a quantidade de moeda e o nível de preços são constantes. Quando a quantidade nominal de moeda aumenta (diminui) a curva LM desloca-se para a direita (esquerda), como mostrado na Figura 7. Quando o nível de preços sobe (diminui), e a quantidade nominal de moeda é mantida fixa, a curva LM desloca-se para cima (baixo). Estas conclusões a partir de exercícios de estática comparativa no mercado monetário podem ser facilmente obtidos diferenciando-se ambos os lados da equação de equilíbrio neste mercado, ou seja: (4) dM = LdP + PLy dy + P Lr dr

sábado, 18 de agosto de 2012

Equilíbrio no Mercado Monetário: A Curva LM - II

Os pontos acima e a esquerda da curva LM são pontos de excesso de oferta no mercado monetário, isto porque, para um dado nível de renda, a taxa de juros elevada reduz o nível de encaixe real de moeda aquém do estoque real existente na economia. Pode-se chegar a mesma conclusão observando-se que, para uma dada taxa de juros, o baixo nível de renda acarreta um nível desejado do estoque real de moeda inferior ao estoque real existente na economia.
Figura 6. A Curva LM

viernes, 17 de agosto de 2012

Equilíbrio no Mercado Monetário: A Curva LM - I

A quantidade real demandada de moeda depende do nível de renda e do custo de oportunidade de reter moeda ao invés de outro ativo financeiro, no nosso modelo representado por títulos. Este custo de oportunidade é medido pela taxa de juros. 
A equação de demanda de moeda pode ser, então, expressa por: M P L y r L e L d = ( , ), y > 0 r <0 A quantidade real demandada de moeda varia no mesmo sentido do nível de renda real e em sentido contrário à taxa de juros. A quantidade nominal demandada de moeda é proporcional ao nível de preços pois o que interessa àqueles que retêm moeda é o poder de compra da mesma, em termos de bens e serviços, e não o valor nominal do estoque de moeda que possuem em seus portfolios. Admitiremos que a quantidade nominal ofertada de moeda é fixada exogenamente pelas autoridade monetárias, 
ou seja: Ms = M O equilíbrio no mercado monetário ocorre quando a quantidade ofertada é igual à quantidade demandada de moeda: 
Ms = Md Substituindo-se as equações de demanda e oferta nesta condição de equilíbrio, obtém-se a equação da Curva LM: 
M = P L(y,r)
A Figura 6 mostra a Curva LM, traçada para uma dada quantidade nominal de moeda (M) e para um dado nível de preços (P). Quando a taxa de juros sobe de ro para r1, o nível de renda que equilibra o mercado monetário aumenta de yo para y1, pois a elevação de taxa de juros diminui a quantidade real demandada de moeda e, conseqüentemente, um aumento da renda é necessário para compensar esta queda na quantidade demandada. 
Os pontos abaixo e a direita da curva LM, como o ponto B, são pontos de excesso de demanda no mercado monetário. Com efeito, nestas circunstâncias para um dado nível de renda, a taxa de juros baixa implica num encaixe real desejado de moeda que é superior àquele existente na economia. Olhando o mesmo fenômeno de outro prisma, é fácil perceber que para uma dada taxa de juros, o nível de renda elevado acarreta uma quantidade real demandada de moeda superior à quantidade ofertada.

jueves, 16 de agosto de 2012

Casos Particulares da Curva IS - II

com a taxa de juros, a curva II é a função de investimento, e na curva I' I' o déficit do governo foi adicionado ao nível de investimento para cada taxa de juros. Existe uma outra possibilidade da Curva IS ser horizontal, diferente do caso clássico. Isto pode ocorrer quando a elasticidade do investimento em relação à taxa de juros for infinita. No caso particular da "interseção keynesiana" o investimento não depende da taxa de juros.
Figura 4. Caso Clássico
Figura 5. A Interseção Keynesiana
A Figura 5 mostra o porque da denominação de "interseção keynesiana" para este caso particular da Curva IS. No eixo vertical desta figura mede-se o dispêndio agregado, no eixo horizontal o nível de renda (= produto). A reta de 45° passando pela origem mostra os pontos em que o nível de dispêndio é igual ao nível de produto. O equilíbrio no mercado de bens e serviços ocorre no ponto E onde a reta DD intercepta a reta de 45° que passa pela origem.

miércoles, 15 de agosto de 2012

Casos Particulares da Curva IS - I

A Figura 3 mostra dois casos particulares da Curva IS. No primeiro a Curva é horizontal, e corresponde ao caso "clássico". No segundo, que denominaremos de "interseção keynesiana", por razões que ficarão claras logo adiante, a Curva IS é vertical.
Figura 3. Casos Particulares da Curva IS
 No caso clássico a poupança não depende do nível de renda mas sim da taxa de juros. Assim, o equilíbrio entre poupança e investimento se traduz pela equação: s(r) = i(r) + g - t

martes, 14 de agosto de 2012

Equilíbrio no Mercado de Bens e Serviços: A Curva IS - III

Figura 2. Estática Comparativa da Curva IS Essas conclusões qualitativas acerca dos descolamentos da Curva IS podem ser facilmente verificados analiticamente a partir da diferencial da equação
(2): (3) dy = cy (dy - dt) + ir dr + dg
A Curva IS deriva este nome devido ao fato de que o equilíbrio no mercado de bens e serviços pode ser colocado em termos de investimento (I) e poupança (S, do inglês savings). Com efeito, a renda é gasta com aquisição de bens de consumo, com o pagamento de impostos, e com a poupança: y = c + t + s Como a renda é igual ao dispêndio, que por sua vez é a soma do consumo, do investimento e dos gastos do governo: y = c + i + g segue-se, portanto,
que s + t = i + g ou ainda que a poupança financia o investimento e o déficit do governo: s = i + g - t Da função consumo obtém-se a poupança como função de renda disponível, s=s(yt). Segue-se, portanto, que a equação da curva IS pode, também ser expressa por: i(r) + g - t = s(y - t).

lunes, 13 de agosto de 2012

Equilíbrio no Mercado de Bens e Serviços: A Curva IS - II

A Figura 1 mostra os valores de y e r que equilibram o mercado de bens e serviços. A taxa de juros ro corresponde ao nível de produto yo. Quando a taxa de juros diminui de ro o nível de investimentos aumenta e, conseqüentemente, o nível de produto cresce de yo para y1. Pontos a direita e acima da curva IS, como o ponto B são pontos de excesso de oferta no mercado de bens e serviços pois, para um dado nível de produto, a taxa de juros elevada acarreta um nível de investimento baixo e, portanto, um nível de dispêndio inferior ao nível de produção. Pontos a esquerda e abaixo da Curva IS, como o ponto A, são pontos de excesso de demanda no mercado de bens e serviços porque, para um dado nível de produto, a taxa de juros baixa induz a um nível de investimento elevado gerando um nível de dispêndio superior ao nível de produção.
Figura 1. A Curva IS A Curva IS é traçada supondo-se constante os níveis de despesas do governo, assim como o total de impostos. A Figura 2 mostra o que acontece com a curva IS quando os gastos do governo ou os impostos variam. O aumento dos gastos do governo, ou a diminuição dos impostos, desloca a curva IS para cima e para a direita, em virtude do aumento do dispêndio agregado para uma dada taxa de juros. A diminuição dos gastos do governo, ou o aumento dos impostos, desloca a Curva IS para baixo e para a esquerda porque, para uma dada taxa de juros, o nível de dispêndio agregado diminui.

domingo, 12 de agosto de 2012

Equilíbrio no Mercado de Bens e Serviços: A Curva IS - I

O dispêndio agregado numa economia fechada, que não tem relações econômicas com outros países, é a soma do consumo c, do investimento i e dos gastos do governo g.
Isto é: d = c + i + g
onde as variáveis estão medidas em termos reais, ou seja, a cruzeiros de um determinado ano. Admitiremos que o consumo depende da renda disponível de acordo com:
  c = c(y - t), 0 < cy < 1
onde t é o total de impostos arrecadados pelo governo. A propensão marginal a consumir Cy =∂ c /∂ y está compreendida entre zero e um. O investimento e a taxa de juros variam em sentidos contrários, de acordo com a seguinte função investimento:
  i = i(r) , ir < 0
onde ir indica a derivada de i com respeito a r. O nível de gastos do governo é fixado exogenamente. Por simplicidade, admitiremos também que o governo determina o nível de tributos de maneira exógena. O dispêndio agregado da economia é dado, então,
por: d = c(y - t) + i(r) + g
O equilíbrio no mercado de bens e serviços ocorre quando o produto for igual ao nível de dispêndio: y = d ou ainda:
  (2) y= c(y - t) + i(r) + g

sábado, 11 de agosto de 2012

Variáveis Contínuas: Fluxos x Estoques - IV

Quando o intervalo de tempo tende a zero, Δt→0, é fácil concluir-se que a restrição do setor privado transforma-se em duas:
A primeira restrição nos diz que a cada instante de tempo, o estoque da riqueza deve ser alocado entre moeda e títulos, lembrando-se que no modelo keynesiano o estoque de capital está incluído no estoque de títulos. A conseqüência desta primeira restrição é que, para variáveis contínuas, se o mercado monetário estiver em equilíbrio, o mercado de títulos também estará. Portanto, basta estudar o equilíbrio de um dos dois mercados, pois, o outro estará automaticamente em equilíbrio. 
A segunda restrição do setor privado refere-se aos fluxos. Ela afirma que a poupança do setor privado é igual à diferença entre a soma da renda com os juros recebidos e os gastos com consumo e com o pagamento de impostos.

viernes, 10 de agosto de 2012

Variáveis Contínuas: Fluxos x Estoques - III

A restrição do setor privado no caso de variáveis contínuas pode ser escrita do seguinte modo:
onde ct é o fluxo de consumo, yt é o fluxo de renda, a letra K representa o estoque de capital. Esta expressão pode ser rearranjada da seguinte forma:

jueves, 9 de agosto de 2012

Variáveis Contínuas: Fluxos x Estoques - II

Quando o intervalo de tempo aproxima-se de zero, Δt→0, o limite desta restrição é igual a:
onde dM/dt e dB/dt são as derivadas com relação ao tempo dos estoques de moeda e de títulos, respectivamente. Esta restrição orçamentária do governo afirma que, em cada momento do tempo, o governo deve financiar o excesso de gastos, com bens e serviços e pagamentos de juros da dívida pública, sobre a arrecadação tributária, através de variações do estoque de moeda ou do estoque de títulos, ou de ambos.

miércoles, 8 de agosto de 2012

Variáveis Contínuas: Fluxos x Estoques - I

A Lei de Walras foi até agora apresentada com variáveis medidas em termos discretos. É interessante apresentá-la também, para o caso de variáveis contínuas. A restrição orçamentária do governo será dada, então, por: Δt Pt gt + rt Δt Bt ≡ Δt Pt τ t + Mt+Δt - Mt + Bt+Δt - Bt onde Δt é o intervalo de tempo, gt e τt são, respectivamente, os fluxos por unidade de tempo dos gastos e dos tributos arrecadados pelo governo, Pt é o índice de preços em t, Bi e Mi são os estoques nominais de títulos e de moeda no iésimo instante. Dividindo-se ambos os lados desta expressão por Δt, obtém-se:

martes, 7 de agosto de 2012

Renda Disponível e Poupança

A renda disponível do setor privado (y ) t d é igual à renda total adicionada aos juros reais da dívida pública, subtraída dos impostos, inclusive o imposto inflacionário:
Quando o mercado de bens e serviços estiver em equilíbrio o produto é igual ao dispêndio (yt = dt ). Nestas circunstâncias segue-se que a poupança é igual à soma dos investimentos e do déficit real do governo:
No que se segue deixaremos de explicitar, por simplicidade, os juros reais e o imposto inflacionário na definição da renda disponível.

lunes, 6 de agosto de 2012

A Lei de Walras

O modelo agregativo de curto prazo que apresentaremos considera uma economia estilizada que pode ser representada por quatro mercados: o de mão de obra, o de bens e serviços, o de títulos e o de moeda. O setor privado da economia, incluindo-se aí as empresas e os indivíduos, deve obedecer a sua restrição orçamentária, que é a seguinte:
Esta identidade simplesmente afirma que o total de recursos, é igual à soma dos valores dos estoques iniciais de moeda (Mt-1), de títulos (Bt-1), de capital (Pt Kt-1), mais os juros provenientes dos títulos (rt Bt-1) e a renda obtida no período (Pt yt), deve ser necessariamente igual ao valor total das aplicações com moeda (M ) t d , títulos (B ) t d , bens de capital ( P K ) t t d , compra de bens de consumo (Pt ct) e pagamento de impostos (Pt τt).. O governo financia seus gastos na aquisição de bens e serviços (Pt gt), seja para consumo ou investimento, e no pagamento de juros da dívida pública (rt Bt-1) através de impostos (Pt τt), da emissão de moeda (Mt - Mt-1) e de títulos (Bt -Bt-1). 
Isto é: Pt gt + rt Bt-1 ≡ Ptτt+ Mt - Mt-1 + Bt - Bt-1 
A consolidação dessas duas identidades fornece a restrição orçamentária para a economia como um todo, ou seja: M M B B P y d t t d t t d t t t − + − + ( − ) ≡ 0 onde o dispêndio real dt é igual à soma do consumo (ct), do investimento (i K K ) t t d t = − −1 e dos gastos do governo: d c i g t t t t = + + . A Lei de Walras aplicada neste caso, com base na identidade precedente, afirma que se dois mercados estiverem em equilíbrio, o terceiro mercado também estará em equilíbrio. Com efeito, suponha que os mercados de bens e serviços e de moeda estejam em equilíbrio. 
Isto é: y d e M M t t t t = = d . 
Segue-se, então, que o mercado de títulos estará em equilíbrio, pois B B t t d − ≡0 . 
A Lei de Walras nos permite, portanto, a eliminação de um dos três mercados quando se deseja estudar a nossa economia estilizada. Na tradição macroeconômica costuma-se eliminar o mercado de títulos. Seguiremos esta tradição, concentrando nossa análise nos mercados de bens e serviços e de moeda. Cabe observar que na restrição do setor privado a renda nominal é igual ao valor dos rendimentos efetivamente percebidos no período. Isto significa dizer que o mercado de mão-de-obra pode estar em desequilíbrio enquanto os demais mercados estão em equilíbrio

sábado, 4 de agosto de 2012

Quadro V Balanço Consolidado dos Bancos e do Governo

As famílias e as empresas são consolidadas também, obtendo-se o balanço patrimonial do setor privado da economia. Denominando-se de títulos (B) em poder do setor privado, o total de títulos do governo que ele detém menos o total dos empréstimos contraídos (B=T-Tb-L), e de moeda à soma do papel moeda com os depósitos à vista (M=C+D), o patrimônio do setor privado é, então, definido por: W = M + B + Ke Uma hipótese adicional que será feita no Capítulo 2 é de que os títulos (B) e o capital (Ke) são substitutos perfeitos no portfolio dos indivíduos, e que, portanto, as taxas de retorno nestes dois ativos são sempre iguais.

viernes, 3 de agosto de 2012

Quadro IV Balanço do Governo

A estrutura do modelo agregativo de curto prazo que estudaremos no Capítulo 3, não considera a existência de um sistema bancário. Isto equivale a consolidar o governo com os bancos, de acordo com o Quadro V.

jueves, 2 de agosto de 2012

Quadro III Balanço dos Bancos Comerciais

O balanço do governo é o resultado da consolidação dos balanços do Banco Central e do Tesouro. Os itens do passivo são os seguintes: i) papel moeda, ii) reservas bancárias e iii) títulos do governo em poder das famílias, das empresas e dos bancos. O ativo consiste dos bens de capital do governo (prédios, equipamentos e demais instalações utilizadas na produção dos bens e serviços públicos). Poderíamos introduzir um item para fechar o balanço do governo. Todavia, como isto é irrelevante no que se segue, deixaremos de fazê-lo.

miércoles, 1 de agosto de 2012