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domingo, 30 de septiembre de 2012

A Formação de Expectativas - IV

A hipótese de expectativas racionais rejeita essas incoerências dos mecanismos baseados na extrapolação da história passada, ao admitir que o valor esperado de uma variável é igual à esperança matemática da mesma, condicionada pela informação disponível no momento em que a previsão é feita. Isto é:
onde a letra E indica a esperança matemática, e It-1 o conjunto de informações disponíveis no período t-1. O valor da variável será, portanto, igual à soma de sua esperança matemática com uma variável aleatória ut cuja esperança matemática é igual a zero, com variância constante e que não tem correlação serial. Isto é:
A hipótese básica da expectativa racional é de que o valor subjetivo da expectativa dos agentes econômicos ( . , ) e g pt e é igual à esperança matemática, da distribuição condicionada pela informação disponível da variação[e.g. E(pt/It-1)] no modelo econômico no qual ela é uma variável endógena.

sábado, 29 de septiembre de 2012

A Formação de Expectativas - III

Nos modelos em que a formação de expectativas é endógena elimina-se esta possibilidade. Os erros de previsão certamente ocorrem, mas eles não têm caráter sistemático.
Figura 36. Diagrama de Fases do Mecanismo de Expectativa Adaptada


 Outra propriedade dos mecanismos de formação de expectativas pré-determinadas é que o valor esperado de uma variável que participa do modelo, digamos a taxa de inflação, e o valor previsto desta variável pelo modelo são, em geral, diferentes.

viernes, 28 de septiembre de 2012

A Formação de Expectativas - II

Quando o parâmetro λ for igual a zero, obtém-se como caso particular a expectativa estática. A fórmula anterior pode ser escrita, também, do seguinte modo:
Esta expressão mostra que o valor esperado é igual a uma média ponderada da última previsão e do valor mais recente da variável. Outro aspecto interessante revelado por esta fórmula é que o mecanismo de expectativa adaptativa segue uma equação de diferenças finitas de primeira ordem.
Para analisar-se uma propriedade importante deste mecanismo, suponha-se que a variável que se deseja prever, a partir de um certo instante, tem valor constante : p p p t − t = = = 1 . O diagrama de fases da equação p p t e t = + − − λ λ 1 (1 ) p está representado na Figura 36.
A interseção desta equação com a reta de 45° é o ponto de equilíbrio, para o qual converge o valor esperado da variável, que se torna igual a p. Observe-se, através do diagrama de fases, que o mecanismo de expectativa adaptativa conduz a erros sistemáticos de previsão.
Com efeito, se o valor esperado inicial for igual a po e todos os erros de previsão que serão cometidos daí por diante serão negativos; se o valor esperado inicial fosse igual a pe 1 os erros de previsão seriam todos positivos. É bastante difícil acreditar que um agente econômico que usasse tal mecanismo não aprendesse com a experiência e continuasse a cometer erros sistemáticos. Apesar da simplicidade deste exemplo, esta característica é comum a todos os modelos que supõem expectativas pré-determinadas.

jueves, 27 de septiembre de 2012

A Formação de Expectativas - I

Os modelos econômicos podem ser classificados quanto ao processo de formação de expectativas, em dois grupos. Aqueles que admitem um mecanismo de expectativas pré-determinado ao modelo, baseado em geral, nos valores passados da variável que se deseja prever. 
O segundo grupo se caracteriza pelo fato das variáveis esperadas serem endógenas, e portanto explicadas dentro do próprio modelo. Nos modelos de expectativas pré-determinadas cabe mencionar três mecanismos bastante populares em estudos empíricos. 
O primeiro e mais simples é o mecanismo de expectativa estática, ou repetitiva, segundo o qual o valor esperado hoje, para amanhã, é igual ao último valor observado da variável. Em símbolos:
O segundo mecanismo é o da expectativa extrapolativa em que o valor esperado da variável é igual ao último valor observado, adicionado de uma componente que mede a contribuição da variação mais recente da variável. Isto é:
onde θ é o parâmetro a ser determinado empiricamente.
O terceiro mecanismo é o da expectativa adaptativa, no qual a previsão da variável é igual à última previsão, adicionada a uma componente que leva em conta o erro de previsão cometido no período anterior. Em símbolos:

miércoles, 26 de septiembre de 2012

A Teoria da Renda Nominal - IV

Com estas hipóteses, segue-se que a renda nominal é determinada pelo estoque de moeda, ou seja:
A teoria da renda nominal, segundo Friedman, não se preocuparia em explicar como variações da renda nominal afetariam, separadamente, a renda real e o nível de preços. Entretanto, esta não é a única conclusão que se chega com o modelo keynesiano das curvas IS-LM. 
Com efeito, duas interpretações são possíveis. A primeira é de que a curva IS é horizontal e o investimento é infinitamente elástico à taxa de juros. Neste caso, a renda nominal é proporcional ao estoque de moeda, como já foi visto anteriormente na seção onde apresentamos os casos particulares da equação de demanda agregada. A segunda interpretação é de que a equação da taxa de juros proposto por Friedman é uma equação adicional e que ela, portanto, completa o modelo. 
Nestas circunstâncias, as três variáveis endógenas, o nível de preços, o nível de renda real e a taxa de juros nominal, estão em princípio determinadas. A teoria da renda nominal na verdade explicaria, dentro desta interpretação, não somente a evolução da renda nominal, mas também a variação de renda real, e, por via de conseqüência, o nível de preços.

martes, 25 de septiembre de 2012

A Teoria da Renda Nominal - III

O ingrediente básico da teoria quantitativa clássica consiste na hipótese de que a velocidade-renda da moeda é constante, o que implica na proporcionalidade entre a renda nominal e o estoque de moeda.
ou seja, o estoque de moeda determina o comportamento da renda nominal. A hipótese adicional de que a renda real seria constante implicaria na proporcionalidade entre o nível de preços e a quantidade nominal da moeda. Com o título "A Teoria da Renda Nominal", Milton Friedman publicou em 1970 um trabalho que tinha como escopo apresentar um modelo monetarista que seria uma alternativa ao modelo keynesiano das curvas IS e LM. Este modelo seria a moldura sob a qual se assenta a sua extensa análise de vários episódios da história monetária dos Estados Unidos. Friedman duas hipóteses básicas.
A primeira é de que a elasticidade-renda da moeda é unitária. A segunda hipótese de Friedman é de que a atual taxa nominal de juros é "amplamente determinada pela taxa que é esperada prevalecer no longo prazo", isto é:

onde ρ* é a taxa de juros real que atualmente se antecipa e πe é a taxa de inflação que se espera para o período. Cabe observar que não é fácil imaginar-se o processo de arbitragem pelo qual esta taxa seria mantida firmemente no mercado.

domingo, 23 de septiembre de 2012

A Teoria da Renda Nominal - I

A equação de trocas é uma identidade contábil que alguns economistas, principalmente monetaristas, tomam como ponto de partida no desenvolvimento de modelos macroeconômicos de curto prazo. Esta identidade afirma que a renda nominal é igual ao produto do estoque de moeda pela velocidade-renda da moeda:
onde V, a velocidade-renda da moeda, é o número de vezes, por unidade de tempo, que o estoque de moeda é usado no pagamento dos bens e serviços finais. A segunda parte desta identidade define a renda nominal como sendo igual ao produto do nível de preços pelo índice de renda real. No modelo IS-LM a velocidade-renda da moeda depende do nível de renda real e da taxa de juros nominal de acordo com:

sábado, 22 de septiembre de 2012

Um Exemplo Algébrico

Na análise de alguns problemas a forma linear (nos logaritmos das variáveis) para a equação de demanda agregada simplifica bastante o trabalho algébrico. Esta equação poderia ser obtida a partir das seguintes curvas IS e LM:
As letras ai e bi, i = 0,1,2, representam parâmetros positivos; m, p e y são, respectivamente, os logaritmos da quantidade de moeda, do nível de preços e de renda real; r é a taxa de juros nominal, πe é a taxa de inflação esperada e f é uma medida de política fiscal. Se f representar os gastos do governo, em termos reais, o coeficiente b2 será positivo. Por outro lado, se f indicar o volume real de impostos, o sinal de b2 será negativo. Resolvendo-se a Curva LM para r, e substituindo-se este valor na Curva IS, obtémse a seguinte equação de demanda agregada:
onde:
Alternativamente, colocando-se a variável p no lado esquerdo da equação, obtém-se:
O nível de preços aumenta quando a quantidade de moeda cresce, o nível de renda cai, a taxa de inflação esperada aumenta os gastos do governo crescem.

viernes, 21 de septiembre de 2012

Casos Particulares da Curva de Demanda Agregada - II

No mundo da teoria quantitativa clássica, onde a quantidade demandada de moeda independe da taxa de juros nominal, e quando o investimento é infinitamente elástico à taxa de juros (a curva IS é horizontal), a equação de demanda agregada é a própria equação de moeda, ou seja:

y = L-1 (M/P)
onde L-1 indica a função inversa. Se a elasticidade da moeda for unitária, esta equação se reduz a uma hipérbole equilátera. Isto é"
onde k, a constante Marshalliana, é a proporção da renda nominal que os indivíduos desejam reter sob a forma de moeda.

jueves, 20 de septiembre de 2012

Casos Particulares da Curva de Demanda Agregada - I

A Figura 35 mostra dois casos particulares da curva de demanda agregada. A Figura 35a corresponde as hipóteses particulares da cruz keynesiana ou da armadilha de liquidez. Nestas circunstâncias a curva de demanda agregada é vertical
Figura 35. Casos Particulares da Curva de Demanda Agregada

miércoles, 19 de septiembre de 2012

Preços x Taxa de Juros Nominal - III

Figura 33. Nível de Preços e Taxa de Juros Nominal: Estática Comparativa

A Teoria da Renda Nominal - II

A velocidade-renda da moeda é portanto, uma variável endógena e não pode ser colocada em função das variáveis exógenas porque o modelo está incompleto, com duas equações e três variáveis endógenas (y, P e r). Com efeito, a definição da velocidade-renda permite que se escreva V como função dos mesmos argumentos que participam da equação de demanda agregada. Isto é:

e esta equação não teria muita utilidade como uma ferramenta para se prever o comportamento da renda nominal porque o nível de preços não é conhecido. Entretanto, esta equação pode ser simplificada em dois casos particulares: na teoria quantitativa clássica e na hipótese que Friedman denominou de teoria da renda nominal.

martes, 18 de septiembre de 2012

Preços x Taxa de Juros Nominal - II

Figura 32. Nível de Preços e Taxa de Juros Nominal

Estas expressões nos dizem que a curva RR se desloca de RoRo para R1R1, na Figura 33a. quando um dos seguintes fatos ocorre: a) a taxa de inflação esperada diminui; b) o governo passa a gastar menos; c) há uma expansão monetária e d) os impostos aumentam. Em caso contrário, a curva RR se desloca para baixo e para a direita, como indicado na Figura 33b. Os valores do nível de preços da taxa de juros nominal e do nível de renda real que satisfazem, simultaneamente, o equilíbrio nos mercados de bens e serviços e de moeda podem ser representados graficamente com auxílio da curva de demanda agregada (D,D) e da curva RR como na Figura 34. Assim, ao nível de preços Po corresponde, pela curva DD, o nível de renda real yo, e pela curva RR, a taxa de juros nominal ro.

lunes, 17 de septiembre de 2012

Preços x Taxa de Juros Nominal - I

A equação de dr mostra que a taxa de juros nominal e o nível de preços estão correlacionados positivamente, pois:
Num gráfico em que mede-se o nível de preços no eixo vertical e a taxa de juros no eixo horizontal, a relação entre r e P poderia ser representada como na Figura 32. Ao preço Po corresponde a taxa de juros ro. Quando a taxa de juros nominal sobe de ro para r1, o investimento privado diminui pois, para uma dada taxa de inflação esperada, a taxa de juros real antecipada aumenta. A renda real decresce em virtude do declínio do dispêndio. O nível de liquidez real desejado da economia diminui por duas razões: o custo de oportunidade de reter moeda aumenta e a renda real diminui. Logo, para uma mesma quantidade nominal de moeda o nível de preços tem de aumentar. Daí a acurva RR ser positivamente inclinada. É fácil verificar-se ainda que:

Preços x Taxa de Juros Nominal - I

A equação de dr mostra que a taxa de juros nominal e o nível de preços estão correlacionados positivamente, pois:
Num gráfico em que mede-se o nível de preços no eixo vertical e a taxa de juros no eixo horizontal, a relação entre r e P poderia ser representada como na Figura 32. Ao preço Po corresponde a taxa de juros ro. Quando a taxa de juros nominal sobe de ro para r1, o investimento privado diminui pois, para uma dada taxa de inflação esperada, a taxa de juros real antecipada aumenta. A renda real decresce em virtude do declínio do dispêndio. O nível de liquidez real desejado da economia diminui por duas razões: o custo de oportunidade de reter moeda aumenta e a renda real diminui. Logo, para uma mesma quantidade nominal de moeda o nível de preços tem de aumentar. Daí a acurva RR ser positivamente inclinada. É fácil verificar-se ainda que:

domingo, 16 de septiembre de 2012

Estática Comparativa: A Solução Algébrica

Os resultados da estática comparativa que acabamos de descrever podem ser obtidos diferenciando-se as equações das curvas IS e LM, como já fizemos anteriormente (cap.2.). A única diferença agora é a inclusão da taxa de inflação esperada como variável exógena no modelo. Isto é:
O nível de renda real varia em sentido contrário do nível de preços e dos impostos, e no mesmo sentido dos gastos do governo, da oferta monetária e da taxa de inflação esperada.

sábado, 15 de septiembre de 2012

Política de Demanda Agregada

As políticas monetária e fiscal, já vistas anteriormente, são denominadas de políticas de demanda agregada pois elas, direta ou indiretamente, alteram o dispêndio agregado, deslocando a curva de demanda agregada. A Figura 31 ilustra os efeitos destas políticas. Na Figura 31a a curva de demanda agregada desloca-se de DoDo para D1D1 quando um dos seguintes fatos ocorre: a) a oferta monetária aumenta; b) o governo aumenta seus gastos: c) o governo reduz os tributos e d) a taxa de inflação esperada aumenta. Não é difícil entender porque isto ocorre. Tomemos o caso do aumento da oferta monetária. Para um dado nível de preços, o crescimento da quantidade nominal de moeda implica num nível de liquidez real da economia mais elevada. A taxa de juros diminui, provocando o aumento do investimento e, consequentemente, do nível de renda real. Na Figura 31b a curva de demanda agregada desloca-se para baixo e para a esquerda de DoDo para D1D1, nas seguintes circunstâncias: a) redução da oferta monetária; b) diminuição dos gastos do governo; c) aumento dos impostos e d) redução da taxa de inflação antecipada. Para compreender porque a curva de demanda desloca-se para a esquerda e para baixo nestas situações, tome-se por exemplo, o caso da diminuição da taxa de inflação esperada. Para um dado nível de renda real, a taxa de juros nominal tem que diminuir para contrabalançar a redução na taxa de inflação esperada, de sorte a manter o mesmo nível de investimento e, por via de conseqüência, o nível de renda real. Com a queda da taxa de juros nominal, o encaixe real desejado (M/P) aumenta. Como a oferta monetária supostamente está constante, o nível de preços deve diminuir para acomodar o aumento de liquidez real que os indivíduos desejam reter em seus portfolios.
Figura 31. Efeitos das Políticas de Demanda Agregada

viernes, 14 de septiembre de 2012

A Demanda Agregada - II

A Figura 30 corresponde à representação gráfica desta equação, supondo-se constantes a quantidade nominal de moeda, os gastos do governo, os impostos e a taxa de inflação esperada. No eixo vertical deste gráfico mede-se o nível de preços, no eixo horizontal o nível de renda real. Ao nível de preços Po corresponde um nível de renda igual a yo. Quando o nível de preços diminui de Po para P1, a liquidez real (M/P) da economia aumenta, acarretando uma queda da taxa de juros. Em conseqüência do declínio da taxa de juros, o nível de investimento do setor privado aumenta, e o acréscimo no dispêndio agregado assim gerado, leva a expansão do nível de renda real de yo para y1.
Figura 30. A Curva de Demanda Agregada

jueves, 13 de septiembre de 2012

A Demanda Agregada - I

No modelo IS-LM apresentado até aqui o nível de preços foi considerado uma variável exógena. Todavia,
esta suposição justifica-se apenas por razões didáticas. Nas equações das curvas IS e LM.


IS: y = c(y-t) + i (r-πe) + g
LM: M = P L (y,r),
o nível de renda real y, a taxa de juros nominal r e o nível de preços P são variáveis endógenas. Como se tem duas equações e três variáveis endógenas há necessidade de uma equação adicional, pois o modelo está incompleto. No próximo capítulo trataremos deste assunto com a introdução do mercado de mão-de-obra e da equação de oferta agregada. Antes, porém, vale a pena sintetizar as duas equações das curvas IS e LM, em uma única, através da equação de demanda agregada. Com efeito, nas equações das curvas IS e LM pode-se obter o valor da taxa de juros nominal em uma delas e substituir-se na outra. Daí resulta uma relação entre o nível de renda real e o nível de preços, que envolve também as demais variáveis exógenas do modelo. Esta equação de demanda agregada pode ser expressa, em símbolos, do seguinte modo:

y y M
P
= ( , g ,t , π e )

miércoles, 12 de septiembre de 2012

Política Monetária e a Dinâmica da Taxa de Juros - IV

Inicialmente a economia está no ponto A. Com a contração de oferta monetária a curva LM desloca-se para L'o M'o para L'1 M'1. Num prazo bastante curto o nível de renda real permanece o mesmo e a taxa de juros sobe de ρo para ρ1. Esta subida da taxa de juros real provoca a redução dos investimentos, que por sua vez acarreta a diminuição do nível de renda real. A queda da renda real leva à redução da taxa de juros real, até encontrar o seu novo nível de equilíbrio em ρf. A Figura 29 mostra duas trajetórias possíveis para a taxa de juros real: uma em que a redução da oferta monetária é instantânea e outra que ocorre quando a contração da oferta monetária é feita de modo gradual.

martes, 11 de septiembre de 2012

Política Monetária e a Dinâmica da Taxa de Juros - III

A Figura 28 mostra o que acontece com a taxa de juros real e o nível de renda quando a política monetária é contracionista. Figura 28. A Dinâmica da Taxa de Juros Real: Política Monetária Contracionista
Figura 29. Trajetória da Taxa de Juros Real: Política Monetária Contracionista

lunes, 10 de septiembre de 2012

Política Monetária e a Dinâmica da Taxa de Juros - II

Figura 25. Trajetória da Taxa de Juros Real: Política Monetária Expansionista
Quando a economia estiver no seu nível de pleno emprego e a oferta de moeda aumentar, a Figura 26 mostra o que ocorre com a taxa de juros real e o nível de renda real. A diminuição da taxa de juros real é apenas temporária, o mesmo acontecendo com o crescimento da renda real. A Figura 27 mostra a trajetória da taxa de juros real desde o início da expansão monetária até a economia voltar novamente ao seu nível de pleno emprego. A linha tracejada indica outra possibilidade quando a expansão monetária é feita de maneira gradual.
Figura 26. Dinâmica da Taxa de Juros na Economia em Pleno Emprego
Figura 27. Trajetória da Taxa de Juros Real Numa Economia em Pleno Emprego

domingo, 9 de septiembre de 2012

Política Monetária e a Dinâmica da Taxa de Juros - I

A suposição da dinâmica do modelo IS-LM de que o mercado monetário está sempre em equilíbrio conduz a um processo de ajustamento da taxa de juros que merece ser explorado para se compreender a evolução da taxa de juros diante de políticas monetária expansionista e contracionista. Consideremos em primeiro lugar o caso em que existe capacidade ociosa na economia. A expansão da oferta monetária desloca a curva LM de L'o M'o para L'1 M'1. No curtíssimo prazo o nível de renda real é constante e a taxa de juros real diminui de ρo para ρ1. Na medida em que a taxa de juros real mais baixa começa a estimular o investimento, o dispêndio agregado aumenta e, portanto, o nível de renda real começa a subir de acordo com a figura 24. O resultado final é que a taxa de juros real será igual a ρf. A Figura 25 mostra a trajetória no tempo da taxa de juros real. No instante to quando a oferta monetária aumenta, a taxa de juros real diminui de ρo para ρ1. Logo em seguida a taxa de juros real começa a subir em virtude do crescimento da renda real induzido pela baixa da taxa de juros real, até o tempo tf quando ela se estabiliza em ρf. Se o aumento da oferta monetária não ocorrer instantaneamente e se der de forma gradual, a trajetória da taxa de juros real pode ocorrer como indicado na curva tracejada da Figura 25.
Figura 24. A Dinâmica da Taxa de Juros Real: Política Monetária Expansionista

sábado, 8 de septiembre de 2012

Efeito Mundell

A estática comparativa do modelo IS-LM quando se inclui a taxa de inflação esperada é idêntica à que já foi vista anteriormente, exceto quanto ao efeito de variações dessa taxa, uma variável exógena, sobre as variáveis endógenas do modelo, que corresponde ao chamado efeito Mundell. A Figura 23 mostra o que acontece com o nível de renda real, a taxa de juros nominal e a taxa de juros real quando a taxa de inflação esperada aumenta. Na Figura 23a desenha-se as curvas IS e LM com a taxa de juros nominal medida no eixo vertical. Neste caso o aumento da taxa de inflação esperada desloca a curva IS para cima e para a direita porque para um dado nível de renda real, que corresponde a uma certa taxa de juros real, a taxa de juros nominal tem que aumentar para compensar o acréscimo na taxa de inflação esperada. O resultado do deslocamento da curva IS de IoSo para I1S1 é o aumento do nível de renda real de yo para y1, e da taxa de juros nominal de ro para r1. A Figura 23b reproduz o mesmo argumento, apenas com as curvas IS e LM traçadas com a taxa de juros real no eixo vertical. A curva IS permanece agora estável e a curva LM desloca-se de L'o M'o para L'1 M'1, porque para um dado nível de renda real, a taxa de juros real tem que diminuir de sorte que a taxa de juros nominal permita a absorção nos portfolios dos indivíduos do encaixe real de moeda existente na economia.
Figura 23. Efeito Mundell: Aumento da Taxa de Inflação Esperada

viernes, 7 de septiembre de 2012

Taxa de Juros Real e a Curva IS - II

Quanto à curva LM, o encaixe real desejado (Md/P) pelos indivíduos depende do custo de oportunidade de reter moeda e este custo é medido pela taxa de juros nominal. Assim, a curva LM corresponde à equação: M = P L (y, r) cuja representação gráfica está na Figura 22. A curva L'M' corresponde à curva LM quando se mede no eixo vertical a taxa de juros real. Ela è obtida a partir da curva LM, subtraindo-se, para um dado nível de renda, a taxa de inflação esperada da taxa de juros nominal.
Figura 22.A Curva LM e a Taxa de Inflação Esperada

jueves, 6 de septiembre de 2012

Taxa de Juros Real e a Curva IS - I

A alteração básica que sofre a curva IS com a introdução das taxas de juros real e nominal no modelo é que o investimento privado depende da taxa de juros real esperada, ou seja:
i = i (r - πe), ir < 0

onde πe representa a taxa de inflação esperada, que será considerada no momento uma variável exógena no modelo. A equação da curva IS será, então, dada por: y = c(y - t) + i (r - πe) + g

A Figura 21 mostra a representação gráfica desta equação. No eixo vertical desta figura mede- se tanto a taxa de juros real como a taxa de juros nominal; no eixo horizontal continua-se medindo o nível de renda real. A curva I'S' corresponde à taxa de juros real. Adicionando-se, para cada nível de renda, a taxa de inflação esperada obtém-se a curva IS, com a taxa de juros nominal medida no eixo vertical.

Figura 21. A Curva IS e a Taxa de Inflação Esperada

miércoles, 5 de septiembre de 2012

Taxa de Juros Nominal x Taxa de Juros Real

No modelo IS-LM das seções precedentes não se fez nenhuma menção para a distinção entre a taxa de juros nominal e a taxa de juros real, pois havia a hipótese implícita de que a taxa de inflação esperada era igual a zero. É claro que esta hipótese é irrealista nas economias modernas porque na maioria dos países do mundo ocidental a inflação passou a ser um fenômeno corriqueiro. Para uma dada taxa de inflação π e de juros nominal r, a taxa de juros real ρ pode ser calculada através da seguinte expressão:

1 + r = (1 +ρ) (1 +π)
ou, ainda:
r = ρ + π + ρ π

É usual na formalização dos modelos macroeconômicos desprezar-se o termo de interação ρ π na equação anterior. Na prática esta aproximação só é válida para taxas pequenas, e este não é certamente o caso de inflação tipo brasileiro. Todavia, do ponto de vista teórico esta hipótese simplificadora não traz maiores problemas. Portanto, admitiremos que a taxa de juros nominal é igual à soma das taxas de juros real e da taxa de inflação. Isto é: r = ρ + π

martes, 4 de septiembre de 2012

Oferta e Demanda de Reservas Bancárias - II

Figura 19. Mercado de Reservas Bancárias: Estática Comparativa
Uma observação importante sobre o mercado monetário é que o Banco Central não pode controlar simultaneamente a taxa de juros e o nível de reservas bancárias, ou o que é o mesmo, a taxa de juros e a quantidade nominal de moeda. A Figura 20 ilustra esta proposição. Suponha que o Banco Central resolva tabelar a taxa de juros em ro. Isto significa dizer que se a demanda de reservas bancárias se modificar, o Banco Central para manter esta taxa de juros, tem de suprir o acréscimo de reserva demandada pelo sistema bancário. Com este tipo de política o Banco Central abdica do seu controle sobre a quantidade nominal de moeda na economia. A curva LM nestas circunstâncias é horizontal, ao nível da taxa de juros fixada pelas autoridades monetárias.

Figura 20. Mercado de Reservas Bancárias: Controle da Taxa de Juros x Controle das
Reservas

lunes, 3 de septiembre de 2012

Oferta e Demanda de Reservas Bancárias - I

Uma maneira bastante simples de se entender o comportamento do mercado monetário é através do mercado de reservas bancárias. A demanda de reservas bancárias por parte dos Bancos Comerciais depende da demanda de depósitos à vista do público. Isto é
Rd = τ D d

Como M=C+D=(δ+1)D, segue-se que a demanda de depósitos à vista é dada por uma fração de quantidade demandada de moeda: Combinando-se essas duas equações chega-se à equação de demanda de reservas bancárias dos Bancos Comerciais: Suponha-se que o Banco Central controla as reservas bancárias através da política de mercado aberto (open-market), comprando ou vendendo títulos. Logo, a oferta de reservas bancárias é dada por: Rs = R O equilíbrio no mercado de reservas requer que a quantidade ofertada seja igual à quantidade demandada: Rs = Rd Substituindo-se as equações de demanda e oferta nesta condição de equilíbrio, obtém-se: ( )
Figura 18. Mercado de Reservas Bancárias

O equilíbrio no mercado de reservas bancárias está representado graficamente na Figura 18. O eixo vertical mede a taxa de juros, enquanto no eixo horizontal representase o nível de reservas. Supõe-se que no curtíssimo prazo o nível de renda é constante e que o nível de preços, assim como os parâmetros δ e τ estão dados. Quando o nível de reservas bancárias é fixada em Ro, a taxa de juros de equilíbrio será igual a ro. A figura 19 descreve a estática comparativa do modelo. Deslocamentos para cima e para a direita da curva de demanda de reservas bancárias, provocados, seja por aumentos do índice de preços, do nível de renda real, da taxa de recolhimento compulsório ou de 28 redução da proporção que o público deseja manter seus meios de pagamentos sob a forma de papel moeda, leva a um aumento da taxa de juros. Por outro lado, aumento do nível de reservas de Ro para R1, como na Figura 19b, faz com que a taxa de juros diminua de ro para r1.

domingo, 2 de septiembre de 2012

Política Monetária: O Mercado de Reservas Bancárias

Nas seções precedentes admitiu-se que as Autoridades Monetárias controlam a quantidade nominal de moeda na economia. Um modelo bastante simples dos sistemas monetários modernos, onde os bancos comerciais criam e destroem meios de pagamentos, é representado esquematicamente pelas contas do ativo e do passivo do Banco Central e dos Bancos Comerciais como um todo, como indicado abaixo nas contas T. Estas, por simplicidade, não levam em conta o capital próprio dessas entidades e outros itens que não nos interessam no momento. O passivo monetário do Banco Central constitui-se do papel moeda em poder do público (C) e das reservas bancárias (R). A soma desses dois itens é a base monetária:
O ativo do Banco Central é constituído pelos títulos (Lc) na carteira do banco. O passivo dos Bancos Comerciais é dado pelo volume de depósitos à vista do público (D). O ativo dos Bancos Comerciais é igual à soma das reservas bancárias (R) e dos empréstimos (≡títulos em carteiras) no valor total de Lb cruzeiros. Os meios de pagamentos são definidos pela soma do papel moeda em poder do público e dos depósitos à vista no sistema bancário:
M = C + D Admitiremos que o público dispõe dos seus meios de pagamentos de tal forma que a relação entre papel moeda e depósitos à vista se mantém constante numa proporção . Isto é:
C = δ D

O Banco Central obriga os Bancos Comerciais a manterem uma proporção dos depósitos à vista sob a forma de reservas, ou seja:

R = τ D
A partir da identidade,
M C D
C R
≡ + B
+
e das duas últimas relações de comportamento é fácil deduzir-se que:
M = k B


Assim, por exemplo, quando δ=0,20 e τ=0,40, o multiplicador bancário é igual a 2. Isto significa dizer que para cada um cruzeiros de expansão na base monetária os meios de pagamentos aumentam de 2 cruzeiros.

sábado, 1 de septiembre de 2012

A Dinâmica do Modelo IS-LM

O modelo IS-LM é um modelo estático que não explica o que ocorre quando a economia está numa situação de desequilíbrio. Uma hipótese comumente apresentada nos livros textos de economia é de que nestas circunstâncias a produção de bens e serviços reage positivamente ao excesso de demanda no mercado de bens e serviços, e a taxa de juros responde positivamente ao excesso de demanda no mercado monetário. Analiticamente estas hipóteses traduzem-se pelas seguintes equações:
A Figura 16 ilustra a dinâmica do modelo debaixo dessas hipóteses. As curvas IS e LM dividem o espaço em quatro regiões. Na região I existe excesso de oferta no mercado monetário e excesso de oferta no mercado de bens e serviços. Na região II temos excesso de oferta no mercado monetário e excesso de demanda no mercado de bens e serviços. Na região III ambos os mercados estão com excesso de demanda, e na região IV existe excesso de demanda no mercado monetário e excesso de oferta no mercado de bens e serviços. As setas em cada uma das regiões na Figura 16 indicam o sentido da trajetória de desequilíbrio em direção ao ponto de equilíbrio, mostrando que o modelo é estável debaixo destas hipóteses. Uma outra alternativa para a dinâmica do modelo IS-LM é supor-se que o mercado monetário ajusta-se instantaneamente. Esta hipótese, que será desenvolvida a seguir, pressupõe que a taxa de juros ajusta-se instantaneamente a qualquer desequilíbrio no mercado monetário. As setas na curva LM da Figura 17 indicam a trajetória da economia em direção ao ponto de equilíbrio E, onde as curvas IS e LM se interceptam.
Figura 16. A Dinâmica do Modelo IS-LM
Figura 17. A Dinâmica do Modelo IS-LM: Ajustamento Instantâneo do Mercado Monetário