O desenvolvimento teórico que se seguiu à publicação da Teoria Geral,
demonstrou que Keynes estava errado quanto à hipótese de equilíbrio com desemprego. O
funcionamento do sistema de preços e o comportamento dos agentes econômicos
terminam por levar as economias de mercado de volta ao nível de pleno emprego, quando
algum distúrbio as coloquem momentaneamente numa situação de desemprego.
Todavia, a
intervenção do governo no processo econômico pode ser justificada por dois motivos. Em
primeiro lugar, as políticas monetária e fiscal se usadas apropriadamente, podem
contribuir para diminuir a amplitude dos ciclos, fazendo com que a trajetória do produto
real seja mais suave, consequentemente mais próxima daquela do produto potencial. Em
segundo lugar, se a economia for deixada à sua própria sorte, o processo de ajustamento
dinâmico pode ser bastante lento.
O custo social de se deixar a economia seguir seu
próprio curso seria, então, bastante alto, em termos de recursos ociosos ou daqueles
utilizados intensivamente.
A trajetória cíclica da Figura 1 descreve esta concepção da dinâmica
macroeconômica. A economia tende a se mover na direção do nível de pleno emprego,
quando, por qualquer razão ela se afasta de sua rota de longo prazo. Com efeito, quando a
economia entra numa fase recessiva, ela acaba por retornar gradualmente ao nível de pleno
emprego; o mesmo acontecendo quando ela entra num período de aquecimento, com uso
intensivo dos seus recursos. O caminho tracejado da Figura 1 seria o resultado da política
do governo para regular o nível da atividade econômica. Esta trajetória tracejada retrataria
intervenções que tiveram sucesso em diminuir as flutuações econômicas. Obviamente, as
intervenções do governo podem produzir resultados indesejáveis, aumentando o grau de
instabilidade na economia, e amplificando os distúrbios no sistema.
A avaliação do desempenho das políticas de intervenção do governo, que tinham
como objetivo diminuir as flutuações da atividade econômica, é um tema bastante
controvertido, sobre o qual inexiste, no momento, uma resposta definitiva. Exemplos de
fracasso e de sucesso são bastante fáceis de encontrar, bastando para isto examinar-se a
história recente de qualquer país do mundo capitalista.
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