Uma outra possibilidade para explicar a ocorrência de hiatos negativos ou positivos
do produto, se obtém com o deslocamento da curva de oferta agregada, em virtude de
choques de oferta. Estes tipos de choques só passaram a ser estudados, e
consequentemente serem discutidos na literatura econômica do hemisfério norte, depois
do primeiro choque do petróleo no início da década dos 70. A Figura 4b representa três
situações de equilíbrio de curto prazo, nas quais o produto real é menor (y y) 2 < , igual
(y = y) e maior (y y) 1 > do que o produto potencial. O primeiro caso descreve um
choque de oferta adverso, em que a curva de oferta desloca-se de So So para S2 S2; na
segunda hipótese o hiato do produto é nulo (h = y − y =0 ) ; a terceira hipótese é um choque
de oferta favorável, com a curva de oferta agregada mudando sua posição de So So para
S1 S1.
A Figura 1, que descreve o ciclo econômico, mostra que o produto real embora
desvie-se do produto potencial, eventualmente retorna ao nível de pleno emprego. A
implicação deste fato é que os equilíbrios de curto prazo, que correspondem aos pontos E1
e E2 da Figura 4, são temporários. Portanto, devem existir forças que movem a economia
na direção do equilíbrio do produto de pleno emprego. No capítulo 5 serão desenvolvidos
vários modelos que procuram estudar a dinâmica macroeconômica, onde o papel das
expectativas dos agentes econômicos é fundamental no processo de ajustamento de uma
situação de equilíbrio de curto para longo prazo.
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